Alzheimer - a Arte de Amar outro incondicionalmente :)

Alzheimer...

Há doenças assim, cujo o nome só de o pronunciar gera medo, ou mesmo pânico. A maioria das vezes limita-mos-nos a ter pena, daqueles a quem sucedeu e se depararam com a doença. Ao mesmo tempo pensamos para nós mesmos que não queremos que tal "azar" nos bata à porta. E a maioria das vezes nem sequer pensamos sobre o assunto. Acreditamos que muitos "azares" só acontece aos outros e porque é mau de mais colocarmos a hipótese de um dia podermos deixar de ser quem somos.

A sociedade ensinou-nos a colocar-mo-nos perante os outros como: "Eu sou isto...eu sou aquilo"... e não nos imaginamos a viver o dia, em que não podemos ser nada do que um dia fomos. É muito, muito duro, diria. Ter um passado, que não conseguimos recordar, não saber os nomes daqueles que amamos ou perdermos a capacidade de os pronunciar. Ficarmos dependentes daqueles de quem um dia cuidámos, não sermos donos e senhores da nossa vontade, perdermos a liberdade e a capacidade de sermos apenas e só apenas nós mesmos.

Sentir tantas vezes que a pouco e pouco a pessoa que um dia fomos, permanece ali, em corpo físico, mas que a mente essa divaga num Mundo talvez só nosso e que infelizmente os outros não conseguem alcançar.

É difícil assistir a estas doenças...de repente as pessoas que conhecemos já não são o que eram, já não se lembram do que foram, já não conseguem exprimir o que sentem por nós da mesma forma. Há ali como que uma presença, ausente. E há também um sentimento de impotência...apercebemo-nos da dor nos olhos do outro, da fragilidade com que se move, da sua consciência da perda de memória e capacidades quando estas falham. E sentimos, a impotência, pelo tanto que não podemos efectivamente fazer.

É duro, acredito para quem tem a doença, mas não é menos duro, para quem assiste ou para quem cuida. Os cuidadores, são os verdadeiros heróis desta história, que atinge tantas e tantas pessoas de forma indiscriminada, e onde tantas vezes só o Amor pode e faz verdadeiros milagres.

Porque o que mais custa não é saber que a doença está lá...é saber que a cura não existe por muitos avanços que a ciência traga dia após dia. E que a nossa vontade e persistência algumas vezes não chega, nem basta. Podemos retardá-la com medicação e isso já é efectivamente bom, mas não podemos eliminá-la e isso é efectivamente o mais duro. Olhar para a doença como algo irreversível ou como algo que talvez não consigamos reverter em tempo útil.

Alzheimer é efectivamente a doença...onde o Amor é posto à prova e onde este também faz milagres. Porque nos ensina a Amar o outro exactamente pelo que ele foi e pelo que já não é capaz de ser.

A Fé move montanhas, e o Amor também.


<3

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ENGLISH VERSION

Alzheimer's ...

There are diseases like this, whose name just to pronounce it generates fear, or even panic. Most of the time we are limited to taking pity on those who succeeded and have encountered the disease. At the same time we think to ourselves that we do not want such "bad luck" knocking on our door. And most of the time we do not even think about it. We believe that many "chances" only happen to others and because it is bad to put the chance that one day we can stop being who we are.

Society has taught us to put ourselves before others as: "I am this ... I am that" ... and we do not imagine ourselves to live the day, in which we can not be nothing that we once were . It's very, very hard, I would say. Have a past that we can not remember, not know the names of those we love or lose the ability to pronounce them. To be dependent on those of whom we once cared, not to be masters and masters of our will, to lose the freedom and the capacity to be alone and only ourselves.

To feel so many times that little by little the person that we once were, remains there in a physical body, but that the mind wanders in a World perhaps ours alone and that unfortunately others can not reach.

It is difficult to watch these diseases ... suddenly the people we know are no longer what they were, they no longer remember what they were, they can no longer express what they feel for us in the same way. There is a presence there, absent. And there is also a feeling of helplessness ... we realize the pain in the other's eyes, the fragility with which he moves, his awareness of the loss of memory and capacities when they fail. And we feel, impotence, so much that we can not actually do.

It is hard, I believe for those who have the disease, but it is not less hard, for those who watch or for those who care. Caregivers are the true heroes of this story, which reaches so many people indiscriminately, and where so often only Love can and does miracles.

Because what costs most is not knowing that the disease is there ... is knowing that the cure does not exist for many advances that science brings day after day. And that our will and persistence sometimes does not arrive, nor is it enough. We can delay it with medication and this is already really good, but we can not eliminate it and this is actually the hardest. Look at the disease as something irreversible or something we may not be able to reverse in a timely manner.

Alzheimer's is actually the disease ... where Love is put to the test and where it also performs miracles. Because it teaches us to love the other just for what he was and for what he is no longer able to be.

Faith moves mountains, and Love moves.